10/08/2011
Passante
Sou pássaro trancado guardado no teu seio,
Grito que ensurdece apertando tua cintura,
Mão que afunda e esquece o receio,
Beijo que cala e no fundo procura.
Sou cópia mal feita de escritor de romance
O pior mentiroso de sorriso mais triste
Decepção disfarçada das tuas mil chances
Choro abafado por quem não mais existe.
Sou a dúvida no vão das tuas crenças
O gelo que queima no ardido da boca
O Velho que bebe e conta trapaças
A mulher que me doa amor já sem roupa.
O que não sou é exemplo pra nada,
Do tempo só cobro a estadia
Nesse mundo em que toda tristeza tarda
E só o que passa sou eu pela vida.
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Oi
ResponderExcluirlindo poema.
passar, passar...
interessante sensibilidade para a melancolia.