30/05/2010

mundo errado


Ele estava tão perto, mas o coração tão longe. No fundo, ela sabia. Ela entendia que ele estava ali só por estar, que o pensamento estava em outra garota. E ela, de forma vergonhosa, aceitou migalhas ao invés de querer mais, muito mais, como suas amigas fazem. Ela se arrependera, mas de certa forma, aceitara. Sabia que o tempo não voltaria para que concertasse todas aquelas besteiras.
Ela o aceitara como viera, e, veja bem, não ganhara nada em troca. Talvez nem esperasse ganhar. Simplesmente fingiu ser burra, inocente, só para passar mais um tempo ao lado dele. Ela se arrependera, mas aceitara cada segundo feito só pra recordar.
Será que era isso amar? Será que era desse jeito? Aceitando defeitos e tendo os seus próprios defeitos criticados? Ela não entendera. Talvez nunca entendesse. Era essa a moral: lutar por algo que nem conhecia. Mas de uma coisa ela sabia: as pessoas vivem de forma errada, amam de forma errada, e mesmo de forma errada, nunca desista de viver nem de amar.

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