02/04/2012


O fantasma da guria que eu fui corre solto nos quintais da minha infância. Almejo tanto ter devolvida aquela liberdade, que só é sentida na brisa da impressão do amor. Que triste fim o da realidade, que faz crescer as crianças, de insignificantes os loucos e sozinhos os poetas. E que triste infortúnio que até o amor cresce, chamando de mãe a cabeça e não o peito, que a imaginação me devolve a infância com rosto de homem, me tira o chão, por preciosos raros meses. Dá-me depois a realidade, devolvendo-me o chão e as tristezas. Tenho de novo oitenta anos.

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