11/02/2012

Teus fios soltos de cabelo e outras ideias desconexas


Tenho medo das coisas irem bem de mais e de querer de mais uma guria neurótica de cabelos vermelhos e medo da vida. Sei que você tem mais cócegas nos dedos dos pés que nas axilas, que odeia ser vista tomando banho mas eu faria cócegas em qualquer lugar do teu corpo e tomaria banho contigo. De olhos vendados, se preferir. E você fala sobre bloqueios mentais, escreve atrás de cupons antigos e notas de supermercado frasezinhas sobre o amor que voam soltas pela casa. E essas coisas se tornam insuportáveis depois de uma semana, suas manias minúsculas, seus fios de cabelo desprendidos de coques altos, suas francesinhas brancas descascadas nas pontas, seus tiques e perfeccionismos. Sem querer implico com cada passo seu e te peço pra deixar meu apartamento trancado quando sair, preciso fugir pra não querer ficar pra sempre.
Tô com medo porque nenhuma outra garota lerá Fernando Pessoa pra depois virar de lado, dobrar as pernas e dormir como se minha cama fosse o melhor lugar do mundo. Eu disse assim não sei se quero vender meu vômito pra viver, escrever é a única coisa que faço com vontade verdadeira. Sem obrigação nenhuma. Você respondeu assim você seria um grande idiota se não vomitasse pra toda essa gente ver. E eu tô acreditando. Depois sussuro baixas desculpas, é que não sei se sirvo pra ser feliz pra sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário