23/12/2009
Psicopata
Disfarçada por trás de todos os seus prodígios, havia uma loucura translúcida que transparecia em seu olhar e fazia tremer as mãos de sua própria mãe.
Caminhava pelas ruas, com o vento se igualando a seu coração gélido em uma tarde de inverno. O esconderijo de seu ódio descontava-se sobre qualquer pessoa que por desventura parecesse-lhe desafiador.
Sem nunca ter tido a simples capacidade de amar, o prazer escondia-se no sofrimento alheio, criando olheiras das noites tramando seu contentamento.
Frio e calculista, pensava em cada pessoa como uma peça de jogo feita para ser manipulada. Sua mente sempre fora das mais brilhantes da escola e ele sempre soube convencer as pessoas de sua total inocência em todas as situações. Sua máscara parecia permanente e ele não admitia que ninguém o duvidasse.
O ápice de sua felicidade era ver as pessoas sofrendo por fruto de suas ações. Ele não confiava em ninguém pura e simplesmente por sua capacidade de fantasiar o que quer que desejasse. Seus disfarces eram múltiplos e as enganações que causavam traziam sofrimento à todos. Vivia desse modo, carregando a culpa que não o pesava nem um pouco e tornava cada vez maior seu sentimento de superioridade.
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