13/04/2012

A vida das baratas e uma crítica qualquer


Não tenho inspiração, é tarde e o sol vai se reduzindo enquanto em outro lugar do mundo é manhã cedo. As pessoas vivem ao redor da vida umas das outras, penso, vão a festas, mostram-se empolgadas e são tristes. Eu não sou ninguém e aguardo calmamente que os risos que são bolhas de sabão explodam e me deixem dormir. Sirvo um suco, como mortadela e pão e os vizinhos malham multiplicando o odor dos corredores. As baratas com suas minúsculas pernas movimentam sua massa suja pelo meio-fio sempre em frente enquanto eu cuido do quão inútil é cuidar a vida de alguém. Guardo palavrões e a vontade de expor verdades graças aos princípios da escrita refinada, ouso ser sutil, mas as verdades permanecem dentro ou fora de belas frases. As cenas se repetem e nenhum rosto marca na minha mente atulhada de resquícios não-utilizáveis de tudo que eu escrevi, li e quis e hoje é plano de fundo de novas expectativas muito provavelmente sem serventia. As pessoas seguem esperando milagres enquanto a vida corre sob seus narizes. Vocês são todos iguais e não me deixam sonhar e esquecer que sou idêntica a qualquer um. Deito e durmo e grito me deixem em paz, vocês não tem nada pra ver aqui.

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