04/07/2012

Tuas mãos são nodosas e frias,
incandescentes e memoráveis
nas noites de meus dias
os teus olhos, duas brasas
apagadas antes do tempo,
com um único assopro do vento.

Minto, teus olhos são duas faíscas
por onde a alegria cruza
e esvai-se, nublando tua face
que torna-se oblíqua e ainda assim bonita

Teus dentes têm a alvura das estrelas
longes, inalcançáveis, puras
Distantes de minha mente incasta.

Teu corpo move-se entre os mortais
Tão distinto dos outros todos
Que é triste a alegria dos outros,
E encantadora tua tristeza.

No meu pensamento criam-se mil epifanias
Que emaranham-se em minha insônia
e preenchem minhas noites todas.

É que se eu pudesse, e só isso desejaria
te devolvia num único beijo
a alegria que alçou voo dos teus olhos
Como as borboletas que eram mais coloridas
Na tua infância quase esquecida.

E tudo isso soará tão romantico e antigo
que me calo no instante seguinte
arrependida do que quase digo.

2 comentários:

  1. "Me ofendo fácil, me apego mais fácil ainda." Me identifiquei total.
    Adorei seus textos, parabéns.
    Estou te seguindo por e-mail.
    Beijos
    Marília
    www.minileitores.com
    http://www.facebook.com/MiniLeitores

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  2. O verso calou na hora certa
    pois tornou o poema prolixo
    no seu calar
    mas ainda disse muito
    aliás disse quase tudo
    e em versos mui belos
    ainda bem que disse

    Luiz Alfredo - poeta

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