25/03/2012


Leio nos teus lábios ressecados um riso que é fadiga de dor, cansaço de mim. Subentendido em teu sorriso está o adeus cabível a quem não cabe em si. Transbordo um não entendimento próprio que não abre espaço a qualquer contato, a redoma que me cerca construí na descrença dos meus braços em abraços verdadeiros. Minha tristeza é um velho mendigo de barba vomitada, que nunca mais terá outra casa se não a imundice de ruas solitárias e invernais. Minha coragem são as rosas sangrentas que brotam do lado externo do muro que protege o mundo das minhas sujeiras escondidas sob largos tapetes negros. Sou o resultado dos naufrágios das saudades todas do que nunca tive.

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