09/06/2010

hipócritamente imperfeito



Talvez eu seja gananciosa de mais, mas posso dizer que não consigo, nunca consegui e nunca conseguirei desejar algo que está ao meu alcance. Insisto em ver sempre além de um futuro próximo, a imaginar como será minha vida, se conseguirei realizar meus sonhos. É estranho como dessa forma consigo manter longe as coisas que realmente posso fazer. Como dessa forma me torno alguém mais distante, como na prática de sonhar sempre tanto me transformo em uma decepcionante pessoa feliz.
Estando longe de tudo que eu não gosto, aprendi a conviver com aquilo que gosto e dessa forma aceitando todo o resto. Aprendi tantas coisas, mas ao mesmo tempo são coisas que não posso utilizar. É como nos livros em que todos acabam bem no final, mas ninguém vê o lado do vilão. Ninguém percebe como as coisas ruins só são feitas por culpa de um mundo não somente egoísta, mas que abriga seres dos quais só podem desejar coisas para pertencê-los, sem escrúpulos nem princípios, de uma forma tão empobrecidamente capitalista.
De forma vergonhosa e fraca aceitamos o destino. Como se ele realmente pudesse nos derrubar. Será que a coragem não se esconde por meio dos mais fracos? Ninguém pode prever. Não me arriscaria à tais previsões.

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